“Porém”, o importante é obedecer e dizer: Eis-me aqui


Muitas pessoas ilustres sofrem com o "porém". Nem sempre a desgraça é a doença física, mas sim moral.   Daí poder-se referir a uma pessoa maravilhosa, porém egoísta, porém invejosa, porém iracunda, porém vaidosa, porém mentirosa, porém ambiciosa, porém corrupta, porém adúltera, porém injusta, porém imprudente, porém megalomaníaca, e por aí vai.

Tais pessoas desmancham com os pés o que fazem com as mãos. Elas têm algumas ou muitas virtudes, mas cujos únicos ou poucos defeitos não corrigidos estragam tudo. 

Naamã foi um homem comandante do exército da Síria e herói de guerra, “porém”, leproso.(2Reis5.1)  Depois do que aconteceu em Samaria, o humilhante "porém leproso" sumiu do currículo de Naamã. Porque creu e obedeceu, agora ele era general e herói de guerra ex-leproso. Embora, a princípio, tenha resistido à orientação de Eliseu, Naamã, aconselhado por seus oficiais, acabou obedecendo à risca o que a menina e o profeta lhe disseram. Então, "a sua carne ficou firme  e sadia como a de uma criança" (2Rs 5.14, NTLH).

João, o escritor da Bíblia que mais fala de amor (1Jo 14.7-21), logo no início de sua carreira tinha atitudes violentas, (Lc 9.49, 54). Dedicado, “porém” briguento Deus o curou.

Moisés, o profeta que falou com Deus na sarça ardente, que foi vitorioso junto aos egípcios, que fez maravilhas pelo poder de Deus, primeiro hesitou o chamado do Senhor, dizendo ser incapacitado, gago, para depois de ter recebido um tremendo “presta atenção”, obedecer.  Um homem escolhido, “porém” inseguro, que Deus capacitou e foi boca de Deus. (Ex 3:10-14 e 4:10-14)

Jeremias o profeta intercessor que Deus providenciou para Israel, que tinha grandes responsabilidades de transmitir o recado de Deus, ficou conhecido como o profeta chorão. Justificou-se para o Senhor dizendo ser ainda muito criança para tamanho chamado, “porém”, apesar das lamúrias, ao confiar que o Senhor o capacitaria entregou-se ao ministério, e foi um homem destemido, coluna de ferro. (Jr 1:6-19)

Sejamos imitadores de Isaías, que apesar de reconhecer que era homem de lábios impuros e que não era digno de ter visto a glória de Deus, disse imediatamente “Eis-me aqui”, envia-me a mim, quando o Senhor perguntou: A quem enviarei?

Isaías, conhecido como o profeta messiânico, reconheceu “porém” sua limitação, arrependeu-se, foi perdoado, purificado com a brasa viva do altar e finalmente chamado para buscar outros ao mesmo arrependimento. (Is 6:1-13)

Ninguém deve desanimar na tentativa de livrar-se de seus pontos fracos, nem abdicar dessa possibilidade.

Todavia, assim como Naamã se curou de sua terrível doença de pele, como João foi curado em sua personalidade, como Moisés foi encorajado apesar de seu trauma, como Jeremias foi capacitado apesar da imaturidade, os crentes podem também se curar de suas persistentes doenças morais e constantes desculpas em fugir do seu chamado, e como Isaías, dizer ao Senhor: Eis-me aqui, envia-me a mim!

Deus o abençoe e o encoraje.


Adriana Mancini

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