Ana, uma mãe piedosa (Samuel 1 e 2)

Embora desde o inicio, o padrão perfeito de Deus para a família fosse um marido e uma esposa, “por causa da dureza do coração dos homens” (Mt 19:8), Deus permitiu a poligamia. Isso acontecia no caso de não haver filhos no primeiro casamento.
Elcana era um homem piedoso, viveu na tribo de Efraim, mas nasceu na tribo de Levi, pela linhagem dos coatitas, os quais haviam sido entregues a cidades em Efraim, porém tinha uma casa dividida, era o casamento de levirato da palavra latina  Levir = cunhado, irmão do marido, um casamento planejado para evitar a extinção do nome da família,  (Dt 25:5-10) mas que causava grande dor e sofrimento.  Sua esposa favorita Ana= graça, carregava um fardo constante de dor por causa de sua esterilidade e da perseguição da outra esposa de Elcana.

De ano em ano os homens israelitas deviam ir ao santuário central três vezes por ano – na Festa dos Pães Asmos, de Pentecostes e dos Tabernáculos. O texto não diz qual era a festa em questão, mas era para o Senhor dos Exércitos - uma expressão militar, referindo-se a Deus como aquele que comanda os exércitos angelicais do céu e os exércitos de Israel. (O termo enfatiza a soberania e a onipotência de Deus. Siló lugar onde se encontrava o tabernáculo, ficava 32 quilômetros ao norte de Jerusalém.)

Ana era uma mulher de oração, (portanto não é de surpreender que mais tarde, seu filho Samuel, fosse um grande homem de oração) e seu coração estava tão triste que ela deixou a festa sem comer e foi orar no tabernáculo.  Ana não negociou com o Senhor, antes, ela provou sua espiritualidade ao oferecer de boa vontade a Deus o que tinha de melhor - seu primogênito, uma vez que o Senhor havia respondido sua oração e o desejo de seu coração de ter um filho.

Assim, ela deu-lhe o nome de Samuel, “ do Senhor o pedi” . Samuel significa “nome de Deus” e serve como lembrança contínua da misericórdia de Deus para com os que invocam o seu Nome. As mulheres judias desmamavam seus filhos quando tinham cerca de 3 anos, nessa data, Ana levou Samuel para Eli e cumpriu o voto que fez ao Senhor, sendo zelosa em cumprir o seu voto mesmo pagando um alto preço. O versículo 21 sugere que seu marido concordou com o voto. Números 6 fornece a regulamentação sobre o nazireado.

Por este menino orava eu “ Que testemunho de uma mãe piedosa! (2Timóteo 1:5) pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que primeiramente, habitou em tua avó Lóide, em tua mãe Eunice, e estou certo de que também em ti. Se tivéssemos mais pais como Elcana e Ana teríamos mais pessoas piedosas como Samuel .

Enquanto Elcana adorava, sua esposa orava e louvava a Deus . Essa passagem pode ser comparada com o cântico de Maria em (Lucas 1:46-55). Nos dois casos, as mulheres louvam a Deus pela vitória Dele e por honrar as orações dos humildes, pois o fardo de Ana era para a glória do Senhor entre seu povo. Com certeza Ana exemplifica a mãe piedosa, pois ela põe Cristo em primeiro lugar, e como ela acreditava na oração, guarda seus votos e dá a Deus toda a Glória.

Ao que parece também, a embriagues não era incomum nem mesmo no tabernáculo e entre mulheres. Este derramamento da alma perante Deus é uma excelente descrição de oração fervorosa. Com certeza Eli, o sumo sacerdote, julgou Ana com severidade (Mt.7:1-5), principalmente porque seus filhos eram “filhos de Belial (homens desprezíveis, desavergonhados).

Ana louva ao Senhor pela sua santidade, seu conhecimento, seu poder e seu juízo.

O meu coração se regozija no Senhor,  a minha força está exaltada no Senhor;  a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação.

Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de ti; e Rocha não há nenhuma como o nosso Deus.

Ana foi livrada do opróbrio e recebeu força e honra. A minha boca se ri é uma expressão para palavras ousadas.

Os que antes eram fartos, hoje se alugam por pão, mas os que andavam famintos não sofrem mais fome; até a estéril tem sete filhos, e a que tinha muitos filhos perde o vigor.

Com freqüência, Deus inverte as situações humanas, humilhando os orgulhosos e exaltando os humildes.

Nesses capítulos há diversas lições práticas:

1–Nunca subestime o poder da oração em uma família. Ana e Elcana eram pessoas de oração, e Deus respondeu às orações deles. Hoje somos abençoados pela dedicação de Ana, pois por intermédio dela,  o Senhor deu Samuel ao mundo, o último juiz e o primeiro profeta nacional.

2-Deus fala com crianças e jovens, e os adultos devem tornar mais fácil para eles o ouvir à voz do Senhor e o responder pela fé.

O treinamento das crianças em coisas espirituais é uma grande responsabilidade e não devemos negligenciá-la e sim cooperarmos para que o Senhor seja exaltado e engrandecido através das suas vidas.

Deus os abençoe.

Adriana Mancini

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