No Santo dos Santos



Dize-lhes, pois: Assim diz o Senhor: Se não me derdes ouvidos para andardes na minha lei que pus diante de vós,  para que ouvísseis as palavras dos meus servos, os profetas, que eu vos envio, madrugando e enviando, mas não ouvistes. Então, farei que esta casa seja como Siló e farei desta cidade uma maldição para todas as nações da terra. (Jer 26:4-6)  

Siló era o local onde o tabernáculo havia sido instalado após a conquista de Canaã, onde a Arca da Aliança havia sido guardada na época dos juízes e de Samuel e pelos filisteus fora destruída. Na época de Jeremias, a cidade era apenas ruínas.

Quando Jeremias disse que Jerusalém, a cidade de Deus tornar-se-ia objeto de maldição e que o Templo seria destruído, os sacerdotes e os falsos profetas ficaram enfurecidos.  O templo era importante para eles, porque eram reverenciados pelo povo, tinham poder. Profetizar que o templo seria destruído era o mesmo que afirmar que seriam destituídos da autoridade que tinham.

No entanto, o Senhor ordenara a Jeremias que conclamasse o povo no átrio da Casa do Senhor, porque era o centro religioso de Judá, lugar que seria amaldiçoado se a lei do Senhor não fosse obedecida, lugar onde estavam acontecendo abominações ao Senhor, e este era o paradoxo, o templo havia se tornado um antro de idolatria e de falsidade, hostil aos propósitos de Deus, ao invés de um lugar de verdadeira adoração e de ensino correto.

“Assim diz o Senhor: Põe-te no átrio da Casa do Senhor e dize a todas as cidades de Judá que vêm adorar à Casa do Senhor, todas as palavras que te mandei que lhes dissesses; não esqueças nem uma palavra. Bem pode ser que ouçam e se convertam cada um do seu mau caminho, e eu me arrependa do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações.” (Jer 26:2-3)

O povo de Judá não estava sofrendo por falta de revelação e conhecimento da verdade. Deus, na realidade, havia sido fiel enviando profetas para anunciar a verdade. O problema não era falta de conhecimento, mas rebeldia obstinada: “Vocês não ouviram, nem deram atenção, embora o Senhor continuasse a enviar os seus servos, os profetas. Eles disseram que vocês deviam abandonar a vida errada que estão levando e as coisas más que estão fazendo. Assim poderiam continuar a viver na terra que Deus deu a vocês e aos seus antepassados para ser sua propriedade para sempre. Os profetas disseram que vocês não deviam andar procurando outros deuses para adorar, que não deviam fazer o Senhor ficar irado por causa dos ídolos que vocês fizeram. Mas o Senhor mesmo diz que vocês não quiseram ouvi-lo. Pelo contrário, fizeram com que o Senhor ficasse irado por causa dos seus ídolos e por isso vocês foram castigados”.

Fazer ídolos não é somente a adoração a imagens de escultura; adorar outros deuses não é só divinizar alguem que não seja o Deus criador do céu e da terra; talvez o reino de Deus e a sua justiça não sejam prioridades em sua vida, mas o dinheiro por exemplo, o deus deste século, Mamon. Talvez a ganância por bens materiais faça você priorizar o trabalho não como ganha pão, mas como alvo e meta de vida para conquista de poder.  Talvez sua idolatria seja um marido, um namorado, um pai, um filho, por quem você se entrega totalmente e se aniquila em favor dele, e não por amor, mas por obstinação. Talvez esta pessoa ja tenha falecido e você faz dele um intercessor, pede a ele em suas orações que te guarde, te ajude... Tudo abominação aos olhos de Deus.

Mas o Senhor envia seus profetas e avisa do seu descontentamento e te diz: “Bem pode ser que ouçam e se convertam cada um do seu mau caminho, e eu me arrependa do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações.”

Perceba-se hoje mesmo no seu relacionamento e fidelidade ao Senhor Deus, avalie-se, arrependa-se, transforme-se.  Veja que você não precisa ser reconhecido por ninguem, que a sua glória deve ser aquela em que em ti o Senhor seja reconhecido, que tu diminuas e o Senhor cresça mais e mais em tua vida.  Que assim como no tabernáculo, no Santo dos Santos, no momento de adoração, a fumaça encobria o sacerdote e não lhe era possível ver a Glória e presença de Deus, mas os olhos do Senhor viam o sacerdote, viam a sinceridade do coração, a obediência, e esse lugar secreto, era lugar de encontro com Deus.

A Palavra de Deus nos diz que somos templo do Espirito Santo, que nosso lugar de encontro com Deus é no íntimo do nosso coração, no centro das nossas vontades. Diz tambem que esse encontro se dá, quando reina em nós a vontade do Pai, não mais a nossa. Quando somos nova criatua em Cristo Jesus, quando tudo se faz novo morrendo o velho homem.

Proponha-se hoje mesmo santificar este “Templo”, o Santo dos Santos, para que tu não sejas amaldiçoado pelos teus próprios pecados não confessados.


Adriana Mancini
E-mail: drimancini2008@gmail.com

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